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Entenda a diferença entre baby blues e depressão pós-parto

Atualizado: 9 de jul. de 2021


Apesar de serem muito confundidos, a depressão pós-parto e o baby blues são problemas diferentes. O segundo, por exemplo, chamado de tristeza puerperal, é um quadro emocional transitório que afeta de 80 a 90% das mulheres imediatamente após o parto, conforme apontam estudos.


As explicações para esses sentimentos após o nascimento do bebê são diversas. "Todas as grávidas formam um filho imaginário. Quando a criança nasce, muitas têm dificuldade em transferir o amor para o filho real. Além disso, há o impacto da mudança de papéis —quem era filha, esposa ou empresária, por exemplo, agora precisa assumir o papel de mãe. Tudo isso acarreta no emocional", indica Marco Antônio Borges Lopes, ginecologista, obstetra e médico sênior em medicina fetal do Fleury Medicina e Saúde.


Os hormônios também influenciam em como a mãe se sente. Durante a gestação, a grávida produz muito estradiol. Após o parto, a queda da substância no organismo facilita sentimentos como tristeza e ansiedade. "Além da transição, há o problema do sono. A criança demanda muito e é normal que a mãe fique mais irritada pelo cansaço", diz Lopes. Principais sintomas Irritabilidade Indisposição Tristeza Baixa autoestima Mudanças bruscas de humor Sensação de incapacidade de cuidar do bebê e outros.


Principais sintomas

Irritabilidade

Indisposição

Tristeza

Baixa autoestima

Mudanças bruscas de humor

Sensação de incapacidade de cuidar do bebê


Tratamento

A cura do baby blues, de acordo com o psiquiatra Sivan Mauer, professor da Faculdade de Medicina de Jundiaí, é espontânea. "Não há a necessidade de medicação. O quadro some após algumas semanas de adaptação. Compartilhar os sentimentos e ter a ajuda de pessoas que apoiem essa mãe ajuda no processo", explica.


Quadro de depressão é mais sério


A depressão pós-parto é caracterizada por sintomas mais fortes, persistentes e que necessitam acompanhamento próximo. "Além do estradiol, histórico familiar ou próprio de depressão ou outros quadros psiquiátricos, como a bipolaridade, são facilitadores. Fatores relacionados à vida pessoal, como falta de parceiro(a) para dividir as tarefas e problemas financeiros, também influenciam", diz o obstetra.


Principais sintomas

Dificuldade de desenvolver sentimentos amorosos com o bebê Mudanças de humor severas Episódios de pânico Fadiga intensa

Afastamento de amigos e familiares

Alterações no apetite

Falta de higiene da mãe e do bebê

Irritabilidade

Sentimentos de culpa, inadequação, inutilidade e vergonha

Pensamentos de suicídio ou morte

Falta de concentração

Ansiedade grave

Pensamentos relacionados a prejudicar a si mesma ou ao bebê


Tratamento


Tratar a depressão pós-parto requer sessões de psicoterapia e medicação - esta última deve ser avaliada de acordo com cada quadro -, podendo incluir antidepressivos ou antipsicóticos. "Algo que toda mulher deve fazer é compartilhar seu histórico psiquiátrico, caso exista, no acompanhamento pré-parto. Isso pode ajudar na intervenção precoce, que previne que os quadros cheguem a estágios muito graves", esclarece Mauer.


Fonte: Viva Bem UOL


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